sábado, outubro 07, 2006

O Coisas Boas da Vida recomenda: a coluna de Ricardo Araújo Pereira desta semana na Visão.

Conhecem aquela espécie de intelectual que trata temas complexos, numa linguagem acessível a todos? Não aprecio. Mas o meu coração bate mais forte, quando se fala de Luís Freitas Lobo, colunista do Público, que faz o contrário: fala dum tema acessível a todos numa linguagem que ninguém entende. Isso é que é verdadeiramente prodigioso. (...)
Lemos um parágrafo de Freitas Lobo sobre futebol e percebemos de imediato que não temos formação suficiente para assistir ao Paços de Ferreira - Beira Mar, quanto mais a jogos da Liga dos Campeões. Ler Freitas Lobo é perceber que o futebol antigo, em que havia fintas, remates e golos morreu. No futebol moderno, basicamente, transita-se. (...) As equipas transitam que se fartam, hoje em dia. De fintas ou remates, Freitas Lobo não diz nada.(...)
Há uns 15 anos, o professor Fernando Venâncio publicou, no Jornal de Letras uma interessante recolha de textos das mais variadas proveniências, demonstrando que havia mais gente a escrevere «à Saramago» do que a ler-lhe os livros.

Será o rapaz licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa?
Porque assim de repente lembrei-me de uma professora que gostava de nos dizer que "a imagem é a modalidade específica da manifestação do ser enquanto algo que não está aí. A câmara obscura é uma amálgama social complexa, cuja existência como figura textual não é separável do seu uso maquínico.".
Teoria da Imagem e da Representação, 3º ano da faculdade, interessantíssimo. A docente ainda acrescentou, numa aparente tentativa de tranquilizar a audência incrédula: "Não há obrigatoriedade que a significação do universo visível seja imanente ao signo. Nunca o é. É sempre outro signo que a completa e lhe dá plenitude. Não é obrigatória a autonomia plena de um sistema de significação. Os vários sistemas funcionam como interpretantes uns dos outros.".
O problema era mesmo meu, que nunca fui capaz de encontrar um sistema (de entre tantos possíveis) que descodificasse as intenções sinsignicas, representamens ou discentes linguísticos da senhora.

2 Comments:

Blogger pedro said...

Há esperança! Entre a Teresa Cruz, a Maria Augusta Babo, o José Augusto Mourão e essa cangalhada toda, o Ricardo Fedorento sobreviveu, tu ainda aqui estás também e eu lá me vou aguentando. Não estão é testados os danos que a exposição a esse material radioactivo-semiótico-pregnante-hermenêutico nos causou...

9:22 da manhã  
Blogger anDrEIA said...

Acho k partilhamos o mm problema eheheh Qualquer uma das senhoras, citadas pelo Pedro, falava, falava e não dizia nada... pelo menos que eu percebesse! lol

1:01 da manhã  

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