segunda-feira, março 12, 2007

Mãe sim, esposa não?

No mesmo jantar do post anterior, Joana Lemos, também convidada, dizia:
"Nunca fui aquele tipo de rapariga que sonha entrar de branco na igreja e casar com um príncipe encantado. Por outro lado, sempre quis ser mãe. Ou seja, não sonhava com o marido mas sim com os filhos".
Não pude deixar de me identificar com o raciocínio. Não sei se é uma visão muito instrumental dos homens, se é puro pragmatismo ou descrença no amor, mas também penso assim: assusta-me a ideia de jurar amor eterno a alguém, prometer ser-lhe fiel por todos os dias das nossas vidas, usar no dedo uma aliança como prova de uma união.
Mas a eternidade de uma relação entre mãe e filho não me assusta em nada, antes me seduz. Contradições da vida contemporânea ou reflexão deeperiana a roçar o non-sense. Nada a que já não estejamos habituados.

(plano a longo prazo, com prazo de validade de dez anos, pelo que não necessitam de começar já a fazer economias para o enxoval da criança, nem tão pouco se aceitam inscrições para padrinhos e madrinhas;) )

7 Comments:

Blogger pedro said...

Primeiro que tu... Viva a Joana Lemos ;-)

Quanto ao resto (e é o mais importante), o único amor incondicional é o dos pais. Não consegues explicar (ou não conseguiremos dado que nenhum de nós ainda teve esse experiência) que o que sentes pela tua cria é indestrutível, no matter what. Quanto ao «apêndice» para lá chegar não se pode durar para sempre ou sequer se existe, perspectiva que me entristece muito.

1:17 da manhã  
Blogger pedro said...

* primeiro que TUDO, não que tu

1:18 da manhã  
Blogger Deeper said...

Fiquei contente com o esclarecimento, realmente a última sílaba no tu faz diferença.;)
Depois, e porque eu não gosto que os meus leitores vão para casa a pensar em alguns posts, se ponham a desembrulhar caixinhas de presentes antigos e não durmam durante a noite, aqui ficam alguns esclarecimentos:
Eu não disse que não acreditava no amor eterno, só disse que me assusta a perspectiva de jurar uma coisa dessas a alguém. Continuo a preferir viver um dia de cada vez na relação, e se for mesmo para sempre tanto melhor.
A percentagem de hipóteses de viver algo assim é reduzida, sobretudo nos dias que correm, em que tudo é demasiado gratuito e o amor é mesmo feito e desfeito como uma cama (já dizia o meu querido Alexandre O'Neill). Se o encontrar ficarei muito feliz. Caso contrário não vou abrir mão de alguns sonhos (como o de ser mãe) só por não ter encontrado a pessoa ideal.
O que eu realmente disse (e continuo a dizer, até porque tenho sérias dificuldades em mudar de ideias e dar o braço a torcer) foi que não acredito no casamento. Como a Joana Lemos, também nunca sonhei entrar de branco numa igreja. Acho que a ideia tem mesmo muito pouco de romântica.

9:59 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Eu tb n acredito no amor eterno, no par perfeito ou no casamento. Mas sei q sou capaz de cumprir o compromisso de amar e ser fiel a uma mulher para sempre. Basta querer. É simples. E se os DOIS quisermos n vejo pq n ha-de funcionar.
O q para mim é ridiculo são desculpas do tipo: "N deu pq n tinha q dar". Essa é apenas uma forma simpática de fugir à responsabilidade de assumir uma culpa no que falhou. N deu pq um ou os dois n quiseram q desse. É simples. N percebo qual é a relutancia em admitir a logica nas relacoes interpessoais.
Qt ao Pedro, n sei cm podes afirmar com tt veemência aquilo que dizes, pq n és pai. Agr se achas que o amor de filho é equiparável ao de pai vou ter de discordar. Eu tb n sou pai mas n condicao de filho n acho q o amor q sinto pelos meus pais seja incondicional. A unica condicao para amar é querer amar. Se eu n quiser amar o meu filho eu n vou amar.

1:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

quando não se quer amar um filho nem se pensa em ter filhos, de modo que a questão fica logo resolvida por ai... há diferenças formas de amar... mas o laço que uno um filho a um pai é incondicional, independentemente do sangue... Sim porque o DNA é apenas um dado cientifíco...

hoje em dia tudo tem um prazo de validade infelizmente e a correria do quotidiano, das burocracias, das pequenas chatices, de aborrecimentos banais estende-se a qualquer relação e desgasta as vontades... mas quando a alma nao é pequena, tudo vale a pena e quando se ama e a vontade for grande, tudo se consegue compor e construir como um puzzle, peça a peça. a verdade está na pequenas coisas e é nas pequenas coisas que se define a vontade de ambos, de um caminhar lado a lado...

"incondicional
é o meu sentir
a minha voz de silêncio
ausente de frio
calor premente
de quem é banal
mas em cada bater
em formato gigante
se perde
foge
se esquece
que não pode adiante
mudar a sintonia
para a frente fria
olá, adeus
tudo escrito, não dito
gestos muitos,
todos,
apenas num dia-a-dia"

beijinho deeper

5:23 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Cris... Como tu sugeriste não há lei natural q imponha que um pai ame incondicionalmente um filho. A questão é mais cultural e por isso subjectiva. Tu vives num contexto onde essa relacao é valorizada mas tu es livre de n querer amar o teu filho. Não precisas de amar o teu filho para faze-lo. E n e condicao necessaria e/ou suf ser amado pelos pais para sobreviver ou até mm para ser uma pessoa "saudável".

2:37 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

senhor do mundo concordo contigo... porque afinal filhos são eles proprios invididuais e mesmo amados incondicionalmente pelos progenitores, têm as especificidades e partiicularidades de serem alguém à parte. e à parte no sentido de não serem um apendice... e com essa individualidade o acrescimo de toda a complexidade... que traz consigo dor... não basta ser amado assim... às vezes o mal já vem de dentro...

12:29 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home