sábado, outubro 14, 2006

Maria cheia de graça


Maria cheia de graça é uma produção independente, do realizador norte-americano, Joshua Marston. Multi-premiado e aplaudido pela crítica, o filme valeria a Catalina Sandino Moreno a primeira nomeação de uma colombiana para o Óscar de Melhor Actriz, em 2004.
O drama, diz Marston, é baseado em mil histórias verídicas. Mas Maria cheia de Graça não é apenas a história de uma rapariga de 17 anos que serve de "correio de drogas" para os Estados Unidos. Ela é essencialmente uma personagem envolvente que torna o filme realista e desconfortável desde o primeiro momento.
Desconfortável porque, não sendo chocante, nunca nos obriga a tirar os olhos do ecrã.
Desconfortável porque assistimos a tudo.
Desconfortável porque temos dificuldades em aceitá-lo.
Questões complexas com que nos debatemos diariamente nos denominados países desenvolvidos são aqui abordadas de uma perspectiva diferente. Os direitos de opção e de igualdade de oportunidades ganham novos significados, se acreditarmos que, no caso de Maria, eles ainda existem.
É a primeira longa-metragem do realizador e a primeira passagem da actriz pela sétima arte. Se a estreia nos reservou uma surpresa assim, mal posso esperar por novos trabalhos de ambos.