Queria escrever-te uma canção que falasse das coisas demasiado perfeitas que vivemos, jamais destinadas a acontecer. O talento para os versos nunca existiu e a musicalidade foi deixada na adolescência, quando ouvíamos U2 e acreditávamos cegamente que With or Without You tinha sido escrita para nós. Para quem mais poderia ter sido?
Perdido o talento, que felizmente Jorge Palma altruisticamente decidiu partilhar connosco, dir-te-ía que já vivemos cem mil anos, sem darmos conta que tinha passado muito mais que um segundo. Sem darmos conta que tantos outros olhares, para além dos nossos, foram trocados.
A estrada há muito chegou ao fim. Terminou num beco sem saída e insistir em bater contra uma parede de espuma pode não magoar, mas só deixa margem para a ilusão.
Perdido o talento para a canção que não vou conseguir escrever, resta-me o pragmatismo, o pessimismo e a consciência. Tom Jobim também nos socorre... triste é saber que ninguém pode viver de ilusão, nunca vai ser, nunca vai dar, um sonhador tem que acordar...
As palavras, dizia o poeta, leva-os o vento e facilmente daremos o dito pelo não dito. Esperanças morrem todos os dias, sem tempos de pausa para reflectir sobre os danos causados.
Os beijos que não trocámos... esses, não consigo tentar anular ou destruir.
Perdido o talento, que felizmente Jorge Palma altruisticamente decidiu partilhar connosco, dir-te-ía que já vivemos cem mil anos, sem darmos conta que tinha passado muito mais que um segundo. Sem darmos conta que tantos outros olhares, para além dos nossos, foram trocados.
A estrada há muito chegou ao fim. Terminou num beco sem saída e insistir em bater contra uma parede de espuma pode não magoar, mas só deixa margem para a ilusão.
Perdido o talento para a canção que não vou conseguir escrever, resta-me o pragmatismo, o pessimismo e a consciência. Tom Jobim também nos socorre... triste é saber que ninguém pode viver de ilusão, nunca vai ser, nunca vai dar, um sonhador tem que acordar...
As palavras, dizia o poeta, leva-os o vento e facilmente daremos o dito pelo não dito. Esperanças morrem todos os dias, sem tempos de pausa para reflectir sobre os danos causados.
Os beijos que não trocámos... esses, não consigo tentar anular ou destruir.
3 Comments:
Jorge Palma...
"Vou andando por aí
Sobrevivendo à bebedeira e ao comprimido
Vou dizendo sim á engrenagem
E ando muito deprimido
É dificil encontrar quem o não esteja
Quando o sistema nos consome e aleija
Trincamos sempre o caroço
Mas já não saboreamos a cereja
Já houve tempos em que eu
Tinha tudo não tendo quase nada
Quando dormia ao relento
Ouvindo o vento beijar a geada
Fazia o meu manjar com pão e uva
Fazia o meu caminho ao sol ou à chuva
Ao encontro da mão miúda
Que me assentava como uma luva..."
a ele não lhe falta o talento para por em canção o pessimismo... (não!)... o pragmatismo e a consciência das coisas...
E assim vamos despertando os sentidos... Acordamo-los para a morte... Afinal, a cereja nunca soube a nada...
Percebi tudo... e os beijos, esses, nunca se apagam nem com a mais forte das intenções.
Quanto a With or without you...que saudades!!!
Estrela do Mar, Jorge Palma
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