segunda-feira, março 19, 2007

Costumes

Eu pensei que pudesse esquecer certos velhos costumes,
eu pensei que já nem me lembrasse de coisas passadas.
Eu pensei que pudesse enganar à mim mesma dizendo
que essas coisas da vida em comum não ficavam marcadas.
Não pensei que me fizessem falta umas poucas palavras
dessas coisas simples que dizemos antes de dormir.
De manhã um "bom dia", na cama a conversa informal,
o beijo, depois o café, os carros, o jornal.
Os costumes me falam de coisas e factos antigos.
Não esqueço das tardes alegres com nossos amigos.
Um final de programa, fim de madrugada, o aconchego na cama, a luz apagada.
Essas coisas só mesmo com o tempo se pode esquecer.
Então eu me vejo sozinha, como estou agora e respiro toda liberdade que alguém pode ter.
De repente ser livre até me assusta,
me aceitar sem você, certas vezes me custa.
Como posso esquecer dos costumes se nem mesmo me esqueci de você?


Existem várias versões desta música, mas a que eu mais gosto é de Maria Bethânia.
Resultado de um final de domingo nostálgico a ouvir cds antigos...

Vejo-me, no entanto, na obrigação de fazer alguns esclarecimentos:
- Este post não é autobiográfico (como não são autobiográficos todos os posts que escrevo)
- Este post é dedicado a alguns amigos que não são capazes de retirar os esqueletos do armário e a algumas amigas com karma das exs
- Este post é a letra de uma música que eu gosto muito e que resume muitas coisas boas da vida (e outras menos boas, mas que fazem parte dela)
- Este post é a letra de uma música que eu costumava ouvir quando estava em Salamanca, altura muito feliz da minha vida (mesmo cheia de coisas boas e de memórias para recordar com sorrisos e lágrimas ao canto do olho)