Tomás amava Maria. Mais do que tudo na vida.
Maria amava Tomás.
Tomás amava Maria. Para ele, ela era perfeita. Adorava o olhar dela, que percorria e perscrutava todos os lugares e pessoas novas que conhecia.
Maria amava Tomás. Ele era perfeito. Como a serra e o mar.
Tomás amava Maria, e a maneira como dançava, balançando as curvas daquele corpo que o enlouquecia só de olhar.
Maria amava Tomás, como amava o seu quarto e as paredes seguras que o constituíam. A sua fortaleza, o seu esconderijo, o seu abrigo. A cama com os lençóis macios e protectores.
Tomás amava Maria, e a todos aqueles estranhos filmes que ela insistia ver. Antes dela não se havia dado conta que os europeus também se dedicavam à sétima arte. No curso de Gestão as raparigas eram práticas, seguras de si próprias, fáceis de entender. Maria não, gostava de filmes estranhos.
Maria amava Tomás, como amava aquele quarto onde podia finalmente descansar. Por vezes despertava com as discussões do quarto ao lado, onde eles dormiam. Subia os lençóis e na manhã seguinte pensava que sonhara. Sim, com certeza que sonhara.
Tomás amava Maria, e aos brincos e colares que ela fazia. Das suas mãos saíam autênticas obras de arte, que ela apenas via como passatempos. A sua prioridade era o curso de Enfermagem, que o assustava de alguma forma. Tinha medo de a perder. Conhecia o seu fascínio por África e não queria dividi-la com um continente.
Maria amava Tomás, como amava África e a possibilidade de salvar vidas. Ajudar quem necessitasse, corrigir as injustiças, não ficar indiferente.
Tomás amava Maria, e à maneira como ela nunca se entregava completa e transparentemente. A distância parecia sempre intransponível. Nada de mais, encarava-a como um desafio, ou como um traço da sua perfeição.
Maria amava Tomás. Como amava viajar, não para encontrar os outros mas para se encontrar a si própria. Como amava a literatura, a música cubana e a liberdade da revolução.
Tomás amava Maria, e aos cabelos compridos, negros, lisos. Ao sinal no pescoço e à cicatriz no umbigo. Aos dedos que, um dia, tocaram piano. E àquele corpo que, tonta, tapava com o lençol.
Maria amava Tomás. Como amava as pessoas que faziam parte de si. Como amava a esperança de um dia amar assim, como Tomás amava.
Maria amava Tomás.
Tomás amava Maria. Para ele, ela era perfeita. Adorava o olhar dela, que percorria e perscrutava todos os lugares e pessoas novas que conhecia.
Maria amava Tomás. Ele era perfeito. Como a serra e o mar.
Tomás amava Maria, e a maneira como dançava, balançando as curvas daquele corpo que o enlouquecia só de olhar.
Maria amava Tomás, como amava o seu quarto e as paredes seguras que o constituíam. A sua fortaleza, o seu esconderijo, o seu abrigo. A cama com os lençóis macios e protectores.
Tomás amava Maria, e a todos aqueles estranhos filmes que ela insistia ver. Antes dela não se havia dado conta que os europeus também se dedicavam à sétima arte. No curso de Gestão as raparigas eram práticas, seguras de si próprias, fáceis de entender. Maria não, gostava de filmes estranhos.
Maria amava Tomás, como amava aquele quarto onde podia finalmente descansar. Por vezes despertava com as discussões do quarto ao lado, onde eles dormiam. Subia os lençóis e na manhã seguinte pensava que sonhara. Sim, com certeza que sonhara.
Tomás amava Maria, e aos brincos e colares que ela fazia. Das suas mãos saíam autênticas obras de arte, que ela apenas via como passatempos. A sua prioridade era o curso de Enfermagem, que o assustava de alguma forma. Tinha medo de a perder. Conhecia o seu fascínio por África e não queria dividi-la com um continente.
Maria amava Tomás, como amava África e a possibilidade de salvar vidas. Ajudar quem necessitasse, corrigir as injustiças, não ficar indiferente.
Tomás amava Maria, e à maneira como ela nunca se entregava completa e transparentemente. A distância parecia sempre intransponível. Nada de mais, encarava-a como um desafio, ou como um traço da sua perfeição.
Maria amava Tomás. Como amava viajar, não para encontrar os outros mas para se encontrar a si própria. Como amava a literatura, a música cubana e a liberdade da revolução.
Tomás amava Maria, e aos cabelos compridos, negros, lisos. Ao sinal no pescoço e à cicatriz no umbigo. Aos dedos que, um dia, tocaram piano. E àquele corpo que, tonta, tapava com o lençol.
Maria amava Tomás. Como amava as pessoas que faziam parte de si. Como amava a esperança de um dia amar assim, como Tomás amava.
7 Comments:
De facto, Marias há muitas... e eu sou mais uma à solta nesta vida eheheh Como compreendo essa tua Maria ;)
Adorei o post... Genuíno! Mesmo daqueles do fundo do coração... :)
Que bonito!!
Mostra tão bem a diferença entre as diferentes maneiras de amar, sobretudo nos pormenores que descreveste tão bem.
Está lindo, mesmo...
É a primeira vez que comento aqui, mas não resisti. Gostei mto do teu texto..."bateu" como verdadeiro. Não sei bem se sou Maria ou Tomás...talvez já tenha sido e continue a ser os dois...os timmings da Maria e do Tomás raramente se encontram...
Continua, adorei o texto!
Maria e Tomás, Tomás e Maria. Ficaram juntos?
Este texto e genial...:)revi-me claramente nele e na forma de amar
um sentimento muito pessoal, somos nos, por isso e tão diferente o amar de um e de outro...mas não tive dúvidas que se amam e espero que a Maria e o Tomás fiquem juntos :)
Ah...sou de Gestão e vejo filmes estranhos!:)E a proposito de cinema deixo recomendação «La Vie en Rose»
(biografia de Edith Piaf)
demorei a comentar este teu texto, talvez pela profundidade ou talvez por não ter encontrado as palavras à altura das tuas... ou à altura de Tomás e de Maria...
um coração de tão grande que abarca todo e qualquer modo de sentir, perde-se de si próprio... perde-se na dimensão com que sente, perde-se na diversidade dos seus sentimentos, perde-se na voz que não sabe muito bem se é sua, perde-se numa batida interrompida...porque parou para suster a respiração, para sentir o calor do sol percorrer a aorta, porque sofoca e se afoga na contrariedade e contradição de sentir... não sabe que música toca na rádio porque lá fora os sons são tantos que a orquestra se desencontra criando uma harmonia tão rica que em cada nota ou em cada clave existe uma opera...
um sentir assim está destinado ao desencontro... ou ao fatum, usando a palavra grega, de ser só...
P.S: os desencontros são mesmo assim... inclusivé quando são do próprio eu...
continua a história;)
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