domingo, agosto 03, 2008

SMS de alguém que já não vejo há muito tempo, na realidade dos dias que passam e dos cafés que se podem tomar: «Leio todos os dias o teu blog. Nunca consegui comentar. Acho que, à distância, consegui ficar viciado em ti. Admiro a coragem de certos posts: mesmo quando a exposição parece ser em demasia, não consigo deixar de ler. Aliás, é sobretudo aí que não consigo deixar de ler.»
Esclarecimento último, antes que me deixe vencer pelo cansaço: NEM TODOS OS POSTS DESTE BLOG SÃO AUTO-BIOGRÁFICOS. A passagem pela tecla Caps Lock foi TOTALMENTE INTENCIONAL, como se estivesse realmente a falar em voz alta.
Outras pessoas já me perguntaram por que escrevo. Não sei. Não é nenhuma forma de desabafo, não é um exorcismo da melancolia de alguns dias, não é uma manifestação da alegria de outros. Não sou a personagem principal de todos os posts. Este blog não é um devaneio de escritora frustrada, não é o princípio de um romance, não é a «vida tal como ela é», para isso teríamos os reality shows.
Escrevo porque nem sempre gosto de falar. Sim. Essa é a razão mais provável, já que não existem respostas certas.

3 Comments:

Blogger The White Scratcher said...

Escrevemos muiats vezes por não falarmos, também porque a fala as vezes é menos incesiva e mais futil. A escrita é como um desenho, limpa as ideias e organiza o pensamento. Ajuda a estruturar e a sermos mais objectivos. A escrita leva-nos ao essencial para depóis podermos recomeçar. Continúa a escrever que gostamos de te ler.

9:21 da tarde  
Blogger Miss Vesper said...

às vezes as pessoas são surdas ou fazem-se de surdas, as letras maiúsculas teimam em convencer os olhos daquilo que os ouvidos recusam escutar. teimam em querer dar um sentido ou significado a tudo , milimetricamente a tudo, quando por vezes é tão simples como escrever para "falar" ou ainda mais simples "escrever para brincar com as palavras", dar-lhes uma forma, qualquer.
e venham ou não cafés as vezes a simplicidade fica-se nas palavras e nas maiúsculas.
não há uma resposta certa ou errada, nunca houve, há várias uma multiplicidade delas...

escuta-as.

11:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Na vida, deveremos procurar o equilíbrio entre o falar e o escrever. Prefiro, muitas vezes, escrever. Faço-o por quase todas as razões que não apontas e também porque, também muitas vezes, não é fácil, não é possível falar. Mas tu falaste. Ouvi, recordei, interiorizei, memorizei. E as tuas palavras profundas são tão importantes como a árvore que podemos plantar no jardim. Obrigado. Leitão

12:23 da tarde  

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