quinta-feira, julho 16, 2009

O momento de desinspiração parecia incontornável e eterno. Nada lhe permitia escrever mais uma linha, definir mais um personagem, revelar mais alguns traços essenciais. O momento deveu-se a uma despedida não concretizada.
Dizem-me que não existe qualquer critério de justiça na morte. Acredito, mas nada extermina as saudades nem a incompreensão. A memória, essa conservação selectiva que deveria atribuir valor ao realmente importante, trataria de conservar todos os momentos. Não foi assim.
Nunca acreditaste que as coisas iam ter um fim. Também por isso, nunca acreditei. Escusam de me tentar dizer que não foi isso que aconteceu, que estás aí a ouvir-me, que vais permanecer para sempre connosco. Não acredito. Achava que as pessoas como tu eram imortais e afinal não o são. Já não acredito em nada do que me dizem. Tu também tinhas a certeza que tudo ia ficar bem. E não ficou.

3 Comments:

Blogger pedro said...

You're back :-)

12:05 da manhã  
Blogger Unknown said...

Só entendo a morte como parte de um cíclo evolutivo. Só assim consigo arranjar uma justificação, uma desculpa, uma maneira de continuar. Só caio em mim quando isso acontece e penso que sempre soube mas que nunca conseguí interiorizar bem isso,,, que faz parte da vida.
Nós estamos cá,,, tu estás aí.
Quando precisares de ouvidos.

4:20 da tarde  
Blogger anDrEIA said...

Já tinha saudades destes teus posts

12:24 da manhã  

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