quinta-feira, dezembro 21, 2006

Por água abaixo

Sugestão do Coisas Boas da Vida para quem gosta de ver desenhos animados no Natal. A história é engraçada (embora não passe muito disso) e acaba por transmitir algumas mensagens importantes aos mais novos, o que para mim era importante dada a companhia que levava.
O melhor do fime é mesmo a banda sonora, protagonizada por umas lesmas hilariantes. Dandy Warhols e Fatboy Slim estão entre as jóias desta coroa dos mesmos criadores do delicioso Shrek.
O argumento é simples: as peripécias vividas por um rato acostumado aos luxos da família que o tem como animal de estimação, contrapostas a um estilo de vida mais modesto (ou interessante?). A mais que vista dicotomia do bem vs mal e o eterno final do "viveram felizes para sempre" estão presentes.
Interessante foi ouvir o comentário da minha prima, de 14 anos: "Porque é que os filmes acabam sempre assim?!". Surpreendida, tento levar as coisas a bom porto: "Então I., também já não acreditas nos príncipes encantados?". A resposta deixa-me perplexa: "Vivemos numa república, se procuras um príncipe o mais próximo que poderás encontrar é em Espanha. Nos outros já deixei de acreditar há muito tempo, como no Pai Natal".
Não sei se fique triste pela descrença no amor, se feliz pelo pragmatismo e pela rapidez de raciocínio. Mas acho que me fico com a segunda hipótese, já era tempo de alguém na família ser assim. Isto de viver no submundo da literatura ou das restantes artes nem sempre dá muito bom resultado.
Boas sessões de cinema, e boas festas para todos!

2 Comments:

Blogger pedro said...

Quando vieres para Lisboa já sabes que tens de tirar o Medeia Card para acompanhares o grupo nas sessões de cinema (duas e três por semana...)

10:00 da manhã  
Blogger Miss Vesper said...

Não vejo a resposta da tua prima como descrença no amor. trata-se sim de realidade. acho interessante ela aos 14 anos ter já essa visão, que outros, mais lentos, levam algum tempo, por vezes até à velhice e após muitos coices, a ter. Os principes e princesas só mesmo nos livres da carocinha ou como disse muito bem a tua prima: no país de nuestros hermanos e ainda assim são-no apenas de título. Acreditar no amor passa acima de tudo por ter consciência que a humanidade trespassa cada ser e deve ser vista como tal. Não adianta pensar que as pessoas mudam ou que outras são capazes de as fazer mudar. Adianta sim saber que somos humanos com tudo de bom e de mau que isso trás e acima de tudo saber ouvir, o que não me parece que a maioria saiba, para além das suas próprias vozes e necessidades, claro. Outra questão: porque só à beira da morte as pessoas valorizam outras? Ai está a prova desse egoismo. Esquecem-se de ouvir a vida inteira, agem como se fosses surdas-mudas. E provavelmente os surdos-mudos ouvem mais que qualuer outro que possa ouvir ou falar. Esquecem-se de ouvir e morrem sem saber falar. E nao falo da palavra, falo de dialogo, que tem muitas formas que não a verbal.É tudo uma questão de linguagem.

1:49 da manhã  

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