quinta-feira, julho 30, 2009



A felicidade, meu amor, é da cor do nosso quarto com as persianas fechadas. Cheira a domingo de manhã e sabe a cheesecake de frutos silvestres. A felicidade, meu amor, planeia-se, constrói-se e alcança-se. Planeia-se como umas férias, constrói-se como uma parede e alcança-se como um objectivo. A felicidade, meu amor, é a minha cabeça no teu ombro.

quarta-feira, julho 22, 2009



Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir, disse Pessoa antes de mim. Ele teve sempre esta mania de se antecipar.
Mas Contigo, eu vou até à Buraca, ou até ao fim do mundo, desde que não seja preciso andar de avião será sempre uma frase nossa.
Quero a vida sempre assim...

quinta-feira, julho 16, 2009

O momento de desinspiração parecia incontornável e eterno. Nada lhe permitia escrever mais uma linha, definir mais um personagem, revelar mais alguns traços essenciais. O momento deveu-se a uma despedida não concretizada.
Dizem-me que não existe qualquer critério de justiça na morte. Acredito, mas nada extermina as saudades nem a incompreensão. A memória, essa conservação selectiva que deveria atribuir valor ao realmente importante, trataria de conservar todos os momentos. Não foi assim.
Nunca acreditaste que as coisas iam ter um fim. Também por isso, nunca acreditei. Escusam de me tentar dizer que não foi isso que aconteceu, que estás aí a ouvir-me, que vais permanecer para sempre connosco. Não acredito. Achava que as pessoas como tu eram imortais e afinal não o são. Já não acredito em nada do que me dizem. Tu também tinhas a certeza que tudo ia ficar bem. E não ficou.