quarta-feira, julho 26, 2006

Viagem Vertical



Tenho andado a descobrir este senhor, e estou a gostar muito. Chama-se Enrique Vila-Matas e nasceu em Barcelona em 1948. Viveu em Paris, num auto-exílio do regime franquista, num apartamento que alugou a Marguerite Duras. Ganhava algum dinheiro como jornalista e chegou mesmo a participar como figurante num filme do James Bond. Podia perfeitamente ser um personagem dos seus livros. É surreal qb, irónico e com a dose certa de humor negro.

Alguém o definiu como o mais argentino dos escritores espanhóis, por ser tão cosmopolita. Portugal também está presentes nos seus livros - um deles chama-se Estranha forma de vida, como o fado de Amália. Noutros vamos encontrando citações de poetas portugueses, como Pessoa.

Gostei especialmente de Viagem Vertical, também passado em território nacional, entre Barcelona, Porto, Lisboa e Madeira. Entre as coisas boas da vida estão as férias, e o tempo que podemos dedicar a alguns prazeres, como este de descobrir pessoas interessantes.

sexta-feira, julho 21, 2006

Life is not measured by the number of breaths we take, but by the number of moments that take our breath away.

terça-feira, julho 18, 2006

Um amor em África


Ubuntu é uma palavra africana relacionada com compaixão, perdão e justiça. É uma lição de vida, dada por todas as vítimas do Apartheid. Significa que fazemos todos parte uns dos outros e que não estamos sozinhos neste mundo. O que te afecta a ti, afecta-me também a mim, afecta toda a gente.

Because my skin will never forget you...

domingo, julho 16, 2006

Crash



Justamente quando pensamos que as coisas más da vida já não existem, até porque nunca fizeram sentido, alguém nos relembra o quão ingénuos nos tornámos. Num mundo onde a riqueza deveria encontrar-se na diversidade cultural, preconceitos injustificáveis continuam a marcar o dia-a-dia de uns estados muito pouco unidos, aqui retratados no seu pior.

Enternecedor, intenso, dramático e de cortar a respiração. Uma coisa boa da vida é a capacidade de surpreender e passar mensagens importantes através da sétima arte.

Vi o filme há uns dias e ainda não consegui deixar de pensar nele.

sábado, julho 15, 2006

Sacode as nuvens


Sacode as nuves que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar,
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.

Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que tu respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.

Sophia

quarta-feira, julho 12, 2006

Estar ou não estar apaixonado? Eis a questão!

São 6 da tarde e reparo que o meu telemóvel tem uma série de chamadas não atendidas da Isabel (nome fictício, escusam de tentar adivinhar!). Para além das chamadas, diexa uma mensagem evidente: "Tentei ligar-te uma série de vezes, onde andas? Preciso mesmo de falar contigo! Liga-me!". Começo a ficar assustada, a Isabel é sempre tão calma que parece ter sido nascida e criada com monges do Tibete.
- Estou, Isabel? O que se passa?
- Não sei bem...
Pausa. Ela liga-me seis vezes para dizer que não sabe bem o que está a acontecer... hummm.
- Estás bem?
- Não sei. Podemos falar? Vamos tomar café?

Minutos depois:
- Lembras-te de te ter falado no Miguel? (outro nome fictício, escusam de tentar adivinhar)
- Sim. (aquele que passava a vida a implicar com ela, por óbvia falta de coragem para lhe dizer que a adorava).
- Pois bem, o Miguel vai trabalhar para Itália e... não sei se quero que ele vá!
- Pois... mas tu sempre achaste que vocês eram só muito amigos!
- E somos, só que eu não quero que ele se vá embora.
- Claro, é porque continuas a achar que ele é só teu amigo!
- Não gozes comigo. Eu não sei bem o que fazer...

É nestas alturas que antevejo o meu futuro, quando todos os outros projectos falharem: um consultório sentimental, com letreiro azul (cor-de-rosa, para além de fuleiro, era demasiado evidente) e uma base de dados com o nome de todos os meus amigos solteiros e descomprometidos que buscam incessantemente a sua alma gémea. Não me costumo enganar com os meus palpites.

- Bem, então achas que estás apaixonada por ele? Se sim diz-lhe, ele vai adorar saber.
- Não... não sei se estou apaixonada por ele. Conhecemo-nos há anos. Achas que agora é que eu me ía apaixonar por ele?
- Realmente o timing não é o melhor, mas provavelmente é mesmo isso que está a acontecer.
- O que é que eu faço?
- Um teste.
- Hã?
- Sim, um teste! Vamos ver: quanto tempo consegues passar sem olhar para o telemóvel, para ver se ele te ligou, mandou toques ou mensagens?
- Alguns minutos...
- Nos dias em que não o vês, implicas com o teu chefe e restantes colegas de trabalho? Por outro lado, nos dias em que estás com ele, todos te parecem tão simpáticos, tão queridos, tão fofos, que passas o dia com um sorriso de orelha a orelha?
- Na semana passada ía sendo despedida quando soube que ele se ía embora...
- Quando vais ter com ele a algum sítio combinado começas a sentir uma dorzinha na barriga, as pernas a tremer, e as mãos frias?
- Hummm... não sei.
- Ficas triste se ele não repara que cortaste o cabelo ou que tens um perfume novo?
- Um bocadinho...
- Então, útlima questão: de vez em quando, dás por ti a olhar para o espelho, a rir de alguma coisa que ele disse e que mais ninguém achou graça?
- ...

É oficial. Se estiverem a aplicar este teste e responderam afirmativamente à última questão nem precisavam de ter respondido às anteriores.
De facto, uma das coisas boas da vida é estar apaixonada!

segunda-feira, julho 10, 2006


Te doy una canción

Como gasto papeles recordándote
como me haces hablar en el silencio
como no te me quitas de las ganas
aunque nadie me ve nunca contigo
y como pasa el tiempo que de pronto son años
sin pasar tú por mi, detenida

Te doy una canción
si abro una puerta
y de las sombras sales tú,
te doy una canción de madrugada
cuando mas quiero tu luz.

Te doy una canción
cuando apareces
el misterio del amor
y si no no apareces
no me importa
yo te doy una canción.

Si miro un poco afuera me detengo
la ciudad se derrumba
y yo cantando.
La gente que me odia y que me quiere
no me va ha perdonar
que me distraiga.
Creen que lo digo todo
que me juego la vida
porque no te conocen
ni te sienten.

Te doy una canción
y hago un discurso
sobre mi derecho ha hablar.
Te doy una canción
con mis dos manos
con las mismas de matar.
Te doy una canción y digo patria
y sigo hablando para ti.

Te doy una canción
como un disparo
como un libro
una palabra
una guerrilla...
como doy el amor.

Silvio Rodriguez

Porque uma das melhores coisas da vida é reencontrar pessoas especiais.
E porque continuam a existir pessoas que se amam a vida inteira!

quarta-feira, julho 05, 2006

Almourol



Numa altura em que todos festejamos cada passo da nossa selecção e a final de Berlim se afigura cada vez próxima, aqui fica um pouco do nosso querido Portugal. Para os que não conhecem, Almourol é lindíssimo. Um cenário romântico, com uma energia muito especial. Frequentemente envolto em bruma, qual romance de Marion Zimmer Bradley, e provavelmente construído no séc. II aC, o castelo é hoje habitado por simpáticos porquinhos japoneses, cabras e bodes que assumem a posição de guardas. Durante a Primavera e o Verão, um barqueiro dá a volta ao castelo assegurando a passagem para a ilha em poucos minutos. Uma coisa é certa: a vontade de regressar é contagiante!

domingo, julho 02, 2006

FORÇA PORTUGAL!



Já há uns aninhos que defendo a escolha de sucessivos treinadores do Sporting, e do próprio seleccionador nacional, que apostam neste guarda-redes. Desde então que oiço quase sempre a mesma resposta "bem se vê que as mulheres não percebem nada de futebol".

Ontem a vitória veio-me dar razão e provou o quanto estavam errados! No fim do jogo, em entrevista à Sic, Mourinho, elogiou o trabalho de Scolari, sobretudo do ponto de vista emotivo. Um seleccionador, dizia, deve trabalhar não só com técnica, mas também com o coração. Quererá isto dizer que as características tradicionalmente apontadas às mulheres (como a intuição e a sensibilidade) começam a ser qualidades também exigidas aos homens? Esperemos que sim! E que entre os habituais comentadores de futebol começem a figurar mais mulheres, porque pelos vistos até vamos tendo razão nalgumas coisas.

Um estudo recente dizia que nós mulheres somos mais auditivas e os homens mais visuais, para justificar que eles se conquistam mais facilmente pela imagem e nós pelo discurso. Também esta teoria, na minha opinião, deve cair por terra. Importância à imagem todos acabamos por atribuir (confessem), como também eles se começam a interessar por algo mais que um belo par de pernas.

Mas voltando ao futebol: FORÇA PORTUGAL! A cada passo ficamos mais perto de fazer História!