
Dois casais em plena crise matrimonial são o mote da história. Pouco original, mas ideal para uma tarde de domingo, ou para qualquer outra hora em que apeteça ir ao cinema e não levar com um filme super interessante, com um enredo todo elaborado e uns actores profundos, divinizados pela crítica.
Gostei e recomendo. Os actores são bons, e não me estou apenas a referir ao facto do David Duchovny ser bom todos os dias, até porque as duas actrizes femininas também estão muito bem. A Julianne Moore mantém o ar distante e misterioso que a caracteriza, típico daquelas pessoas a quem costumam dizer "nunca sei muito bem o que é que estás a pensar, pareces sempre tão serena, e de repente descobrimos que há um turbilhão de emoções aí dentro". (Onde é que eu já ouvi isto?). Maggie Gyllenhall para mim continua a ser a irmã gémea da Kirsten Dunst. Não fosse a Cris e eu estaria para aqui toda baralhada! Felizmente o Coisas Boas da Vida tem leitores assíduos e informados.
De volta ao filme: apesar dos diálogos não serem brilhantes oferecem-nos um sentido de humor que nos faz sentir bem. And if it makes you happy it can't be that bad, já cantava Sheryl Crow numa musiquinha do meu tempo. Eu diria antes If it makes you happy it can only be good.
É o filme ideal para quem tem dúvidas acerca da possiblidade de manter relações estáveis no século XXI. Numa época em que os casamentos são apresentados numa balança que tende muito mais para o lado das desvantagens, torna-se evidente reinventar novas formas de amar. Gostei sobretudo do final, num registo que tranquiliza os que, como eu, descaem perigosamente para o cepticismo (até porque estar a descair não significa obrigatoriamente estatelar-se ao comprido):
I am a Father.
I am a Husband.
And I am in love.
With you!