terça-feira, maio 29, 2007

Spooooooooorting!


"Se jogassem no Inferno, pecava para vos ver jogar" era o slogan dum cartaz, nas bancadas do Estádio Nacional.
Adorei a frase, e reutilizo como homenagem aos meninos que me fizeram sofrer até ao 87º minuto do jogo. Foi mágico! Na bancada os adeptos pediam o merecido golo, confiantes que seria naquele momento.
Ser deste clube é ter um espírito de equipa perfeito: o objectivo não é ser melhor que todos os outros, mas dar sempre o melhor de nós próprios. A intuição das pessoas especiais é mesmo assim: não falha! Só nós sabemos porque escolhemos ficar em casa...

quinta-feira, maio 17, 2007

Passeios de Ninguém




"Sempre foi comum dizer-se que ‘Tempo é Dinheiro’!?. A sabedoria popular tem a característica de ser oportuna, precisa e pertinente. Com apenas três palavras, este velho ditado popular pretende evidenciar que é necessário rentabilizarmos o nosso tempo. Hoje em dia, para além do tempo, começa a haver a necessidade de rentabilizarmos o nosso espaço. Provavelmente, fará sentido começar a dizer-se que ‘Espaço é Dinheiro’!? ou, se optarmos por um dos mecanismos de gestão mais em voga dos últimos tempos, a fusão, poderíamos reinventar o velho ditado e passar a afirmar que ‘Tempo e Espaço são Dinheiro’!?
Serve esta pequena introdução para vos falar sobre os Passeios. Refiro-me aos passeios que temos em Portugal, aqueles que fazem parte da nossa via pública e que existem em todas as nossas cidades, vilas e aldeias. Carinhosamente, vou baptizá-los por ‘os nossos passeios’. Toda este espaço junto, todos esses metros quadrados somados, constituem uma área com uma dimensão a perder de vista e que, na sua essência, não serve para quase-nada!!? É verdade, quase ninguém os usa porque não foram feitos para serem usados pelas pessoas. Um destes dias estava a ver televisão e a minha atenção despertou para um anuncio que dizia, entre outras coisas, que: ‘podem tirar-me o fado, podem tirar-me a visão, podem tirar-me a calçada, podem até tirar-me a fala, mas não me tirem o azeite…’ Só depois percebi, que não era verdade, de facto ninguém queria remover a velha calçada, muito pelo contrário, tratava-se apenas de uma técnica de comunicação que apelava à nostalgia pela positiva.
A tradição da calçada ‘dos nossos passeios’ é, segundo alguns, mais uma das montras vivas representativas da nossa cultura centenária e que devemos manter, no mínimo, por mais mil anos! Eu penso exactamente o contrário. Eu digo com toda a convicção, que ‘os nossos passeios’ são um contribuinte líquido para a exclusão. Excluem quase tudo e quase todos. Diariamente, nos locais mais diversos, todos nós vemos pessoas a caminhar à beira ‘dos nossos passeios’ ou, dito de outra forma, pela beira da estrada. É verdade, as pessoas escolhem, naturalmente, os caminhos que consideram mais adaptados à sua locomoção. Infelizmente, ‘os nossos passeios’ não têm essa característica fundamental. O problema complica-se ainda mais quando pensamos nos cidadãos com mobilidade reduzida, nos pais com os carrinhos de bebés, nas pessoas mais idosas ou mesmo nas mulheres portuguesas que arrisquem o uso de sapatos de salto alto. Por isso os vemos todos os dias a caminhar na estrada, na direcção dos automobilistas, colocando a sua vida, e a dos outros, em risco. Os deficientes motores, que necessitam de se deslocar em cadeiras de rodas, acabam por ser obrigados a converter-se em condutores de ligeiros sem matrícula, muito provavelmente, sem carta para o efeito. Não me lembro de encontrar no novo código da estrada, normas que contemplem esta evidência. Afinal existem mais duas grandes categorias de veículos para além dos pesados e dos ligeiros, a saber, as cadeiras de rodas com motor e as cadeiras de rodas sem motor!
Mesmo assim, quando ‘os nossos passeios’ têm a dimensão adequada, coisa rara, acabamos por encontrar de quase tudo a bloqueá-los: árvores, paragens de autocarro, ecopontos, obras, cabines telefónicas, postes de electricidade, sinais de trânsito, etc. Sei que, no enquadramento das obrigações comunitárias, tudo isto é ilegal mas parece que ninguém está interessado em cumprir ou fazer cumprir as leis. Propositadamente, não me referi aos carros estacionados em cima dos passeios. Esse é um problema que depende apenas do nosso civismo ou da falta dele e, somos nós enquanto cidadãos, que o temos de resolver. Contudo, acredito seriamente, que as Policias e as Entidades Fiscalizadoras poderiam ajudar, se é que não há nenhum exagero neste tipo de pedido! Ainda assim, e no meio de tantos obstáculos, acaba por ser a velha e desadequada ‘calçada portuguesa’o maior dos inimigos. Um contratempo desnecessário e dispendioso. Surgiu no século XIX e é ainda amplamente usada no calçamento em quase todas as cidades. Eu diria que é cada vez mais actual, muito embora já estejamos no século XXI. É um piso geralmente desnivelado, que se baseia em pedras de formato irregular, geralmente de calcário e por vezes pontiagudas, intervaladas com buracos de maior ou menor dimensão. Desnivelado porque na grande maioria dos casos nem se dão ao trabalho de nivelar o terreno e, com muitos buracos, porque também não se dão ao trabalho de os compactar devidamente. É, certamente, um piso excelente para algumas modalidades radicais mas, fica muito aquém de oferecer a segurança e o conforto necessários a quem se atreva a pisá-los sem usar equipamento adequado. As cadeiras de rodas só poderiam circular se os pneus fossem idênticos aos dos tractores uma vez que não existem, ou não conheço, outro tipo de equipamento que seja viável para o efeito. Mas, alguns, são bonitos. Formam padrões decorativos pelo contraste entre as pedras de distintas cores, normalmente, o branco, o preto, o marrom e o vermelho. Bonitos mas inúteis. Não sou nem tenho que ser contra este tipo de Decoração, apenas considero que devem coexistir alternativas ou então, fazê-lo apenas nas grandes praças e nunca nos passeios. Aí sim, podem fazer-se grandes ‘decorações’ para nos elevar o ego. Quem tem responsabilidades nesta área devia olhar para os outros países da Europa e perceber porque é que as pessoas usam, de facto, os passeios!? É fácil, até pela televisão se percebe que os passeios na maioria dos países da comunidade não são como ‘os nossos passeios’, são Passeios a sério. As pessoas usam-nos das mais variadas formas: caminhando, de bicicleta, de patins, etc e os que têm mobilidade reduzida não encontram obstáculos. Criamos tantas comissões neste país que, me atrevo a sugerir, que criem a Comissão de Análise para os Passeios do SecXXI. O trabalho a desenvolver é simples: basta viajar, olhar com atenção e tirar notas. Temos que repensar os Passeios para evitar os erros cometidos e que continuamos a cometer. Vila Nova de Gaia já o começou a fazer. Qualquer um pode deslocar-se pelo passeio marítimo sem qualquer tipo restrições. Na cidade, a maior parte dos passeios são acessíveis e a sensação é boa.
Não uso o ‘Nunca’ nem o ‘Para Sempre’ mas tenho quase a certeza que, tal como não consigo deslocar-me na minha cadeira de rodas em sítios como o Parque das Nações ou na nova Marina de Lagos, também já não será no meu tempo de vida que vou usar a maioria de ‘os nossos passeios’. Lamento e sinto falta. "

Fernando Mota Cardoso



Coisas Muito Boas da Vida: ter tido o privilégio de conhecer-te!


terça-feira, maio 15, 2007

O egoísmo e a indiferença da ex-mulher magoavam-no profundamente. Como podia ter desperdiçado tanto amor, sem voltar a olhar para trás? Como podia tê-lo esquecido assim, sem deixar um aviso, um sinal de regresso aos seus braços? Nada superava aquela dor, nada podia preencher a casa enorme e o espaço vazio causado pela saída duma pessoa calculista, sem escrúpulos, indecente. Nos braços de outro que nunca a amaria como ele amou... Que nunca lhe saberia dar o devido valor.
Sim, ela era egoísta, fria, indiferente ao seu sofrimento.
Mas era perfeita!

segunda-feira, maio 14, 2007

The Maiden

Gustav Klimt
Ficar solteira depois de vários anos de relação: Primeiro estranha-se, depois entranha-se!
O que deixa uma tarefa quase hercúlea ao próximo candidato, como a de tentar escalar o Evereste, ler os Lusíadas de trás para a frente ou decorar todos os caracteres do alfabeto chinês. Mas adiante: ao ver este quadro lembrei-me, girls, que devíamos convocar mais um jantar de Sexo e a Cidade.
We love you boys, mas há coisas que não podemos mesmo partilhar, e não falo de jogos de futebol, até porque eu aguardo ansiosamente por mais um milagre para o próximo fim de semana! E ele há-de acontecer!

segunda-feira, maio 07, 2007

Secret Garden


She'll let you in her house
If you come knockin' late at night
She'll let you in her mouth
If the words you say are right
If you pay the price
She'll let you deep inside
But there's a secret garden she hides
She'll let you in her car
To go drivin' round
She'll let you into the parts of herself
That'll bring you down
She'll let you in her heart
If you got a hammer and a vise
But into her secret garden, don't think twice
You've gone a million miles
How far'd you get
To that place where you can't remember
And you can't forget
She'll lead you down a path
There'll be tenderness in the air
She'll let you come just far enough
So you know she's really there
She'll look at you and smile
And her eyes will say
She's got a secret garden
Where everything you want
Where everything you need
Will always stay
A million miles away
Secret Garden - Bruce Springsteen
Ainda não se haviam reencontrado e nos lábios já guardavam as palavras que não tinham dito.
As saudades e as incertezas quase faziam esquecer que nos olhos também já guardavam a melancolia de novas despedidas.

sexta-feira, maio 04, 2007

Mas

- Quantas vezes já te disse que não gosto nada que me faças isso? Não me dás atenção nenhuma nos últimos tempos, já reparaste?
- Sabes que tenho tido muito trabalho, mas…
- Mas nada, há quanto tempo não saímos só os dois?
- Há muito mas…
- Há quanto tempo os problemas do teu trabalho, da tua família e dos teus amigos se sobrepõem aos nossos?
- Tens toda a razão, eu tenho feito um esforço mas…
- Lembras-te do último filme que vimos juntos?
- Assim de repente não, mas…
- E da última vez em que cozinhaste para mim e acendeste umas velas, lembras-te?
- Já foi há muito tempo, mas…
- Pára de dizer MAS, estou cansada! Mas o quê?
- Já foi há muito tempo, MAS quero muito parar com esta discussão.
- E o que é que propões? Que continuemos assim? Ou prometes pela centésima vez que vais mudar?
- Não. Só quero que voltes a olhar para mim como no primeiro dia. Quero beijar-te como da primeira vez, pensando que poderia ser a última…
E trocaram os beijos que tinham ficado por trocar nos últimos meses, nos últimos anos. E, pelo menos naquela noite, relembraram o que os tinha mantido juntos tanto tempo.